'Muito acessível. Zero estrelismo'; professor de BH relembra momentos com Frei Robert, o Papa Leão XIV
- Fala, Peregrino!

- 8 de mai.
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Quando ainda era Frei Robert, Papa Leão XIV passou pelo Brasil, participou de encontros com jovens e deixou uma impressão inesquecível em um professor de Belo Horizonte — que, dias antes do conclave, já “cantava a pedra”
por Pedro Corsini
O Papa Leão XIV já pisou em solo brasileiro — e mais do que isso: sentou-se, conversou e celebrou missas ao lado de jovens e religiosos, com simplicidade e zero estrelismo. Quem conta é um professor de Belo Horizonte, que hoje carrega uma memória que ganhou novo brilho com a eleição do novo pontífice. As visitas foram feitas em São Paulo e na capital mineira, em 2012.

Sandson Rotterdan (40), filósofo e teólogo, esteve frente a frente com o então padre Robert Francis Prevost, à época Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, em mais de uma ocasião — foram quatro! Mesmo sem saber, testemunhou de perto traços que agora encantam o mundo: humildade, inteligência e proximidade com as pessoas. "Ele era um padre como os outros. Sentava, conversava, rindo, muito acessível. Zero estrelismo", lembra o professor, que conheceu Prevost no Encontro Latino-Americano de Jovens Agostinianos, realizado em Lima, no Peru, em 2011. Era o início de uma jornada que o levaria a estar presente também em outros momentos marcantes. A conexão começou através do Colégio Santo Agostinho, em Belo Horizonte. “Fui aluno de um padre agostiniano, Frei Luiz Antônio, de quem sou muito amigo e que hoje é prior provincial dos agostinianos aqui. Foi essa ligação que me abriu as portas para participar dos eventos da Ordem”, conta.
No encontro no Peru, o jovem professor ficou impressionado com a maneira como o frei americano se comunicava. “Muito inteligente, de fala acessível. Ele não falava difícil, mesmo tratando de coisas profundas. Era fácil gostar dele”, recorda. Os caminhos dos dois se cruzariam novamente em momentos importantes da caminhada de fé: na Jornada Mundial da Juventude em Madri, onde Prevost celebrou uma missa para os jovens agostinianos, e mais tarde no Brasil, em São Paulo, durante o Encontro Mundial dos Jovens Agostinianos, antes da JMJ no Rio de Janeiro. Ainda que os encontros tenham sido rápidos, o impacto foi duradouro. “Não era nenhuma conversa solene. Era simples. Mas ficou”, diz o professor.
Um pontífice que escuta
Além da memória dos encontros, o professor guarda uma forte impressão sobre o estilo de liderança de Prevost dentro da Ordem de Santo Agostinho. “Me pareceu um cara muito aberto. De diálogo, de conciliação, de escuta, de atenção às pessoas, de atenção às necessidades. Eu olho com uma esperança muito grande para o pontificado do Papa Leão XIV. Acho que ele vai ser uma continuidade interessante do Papa Francisco.”, disse.
E ele ainda lança uma reflexão sobre o nome adotado pelo novo Papa:
“A gente não pode esquecer que um dos grandes companheiros de São Francisco de Assis, no início da ordem franciscana, foi o Irmão Leão. A gente ainda não sabe se existe no nome escolhido pelo Papa Leão alguma referência a isso. Se é só Leão XIII, ou se tem a ver também com esse discípulo de Francisco de Assis.”
Um palpite que virou profecia





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